sábado, 27 de novembro de 2010

OLHANDO ALÉM DE NOSSO UMBIGO !

Precisamos repensar nossos valores...


Quero apropriar-me deste momento vivido junto aos moradores das comunidades situadas nos complexos de favelas na zona norte do Rio de janeiro, conhecida pelos órgãos oficiais como “área de planejamento 3”, para discorrermos sobre esse assunto e dele tirarmos importantes reflexões para nós mulheres cristãs, que feridas ou não por problemas ou tribulações no decorrer de nossa história de vida, somos conhecidas de Deus, como “Mulheres Virtuosas”

O momento é relevante e merece toda atenção do povo de Deus, em especial, nós mulheres. Enquanto muitas vezes chorosas e murmuradoras das dificuldades e frustrações de nosso dia a dia, quer queixosas de nossos maridos, queixosas do procedimento de filhos, de nosso casamento, ou das ausências destes, da solidão, de nossos empregos, de vizinhos, quer ainda descontentes de nossa própria imagem, ou das dificuldades financeiras, quase sempre estamos PREOCUPADAS COM NOSSO PRÓPRIO UMBIGO. Daí, perdemos o foco do que ocorre em nosso redor e como servas do Deus Vivo, esquecemos de nossa principal missão como IGREJA DE CRISTO, que começa em nossa “Samaria” (dentro do nosso eu, no relacionado com Deus e nossa casa) e nos confins da terra (neste momento...Rio de Janeiro – o próximo ).

Esquecemos também de alguns princípios bíblicos deixados por Deus pra nós no “Manual do Fabricante”, tais como:

Jó 42.10 “O Senhor, pois, virou o cativeiro de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu a Jó o dobro do que antes possuía”

Lucas 12.24-31 Quanto mais não valeis vós do que as aves! 25 Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura? 26 Porquanto, se não podeis fazer nem as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?27 Considerai os lírios, como crescem; não trabalham, nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. 28 Se, pois, Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais vós, homens de pouca fé? 29 Não procureis, pois, o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, e não andeis preocupados. 30 Porque a todas estas coisas os povos do mundo procuram; mas vosso Pai sabe que precisais delas. 31 Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.

Lucas 4.18 O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os [oprimidos],

Isto é muito grave, pois neste momento é grande a pressão psicológica vivida pelos moradores daquela região, em plena guerra civil, em aflição sentida outrora por nossos avós no tempo da Revolução Constitucionalista em São Paulo. Hoje vivenciam a sensação de invasão de privacidade através da revista de casas ou vendo seus lares a servir de abrigo à malfeitores fugitivos, necessitando até permanecerem deitados nos corredores de suas casas para não serem alvejados, diante do pesado arsenal na batalha ali travada. Nesse momento, 15h32 do dia 27 de novembro de 2010, os noticiários da CBN anunciam a iminente ocupação do Complexo do Morro do Alemão, onde também menores, filhos de mulheres cristãs, estão sendo presos só por andarem junto com infratores e daí considerados suspeitos; onde familiares de militares temem por seus entes queridos; sem falar da aflição de mães cristãs ou não, destes traficantes envolvidos, alguns até gerados em berço evangélico, mas desviados diante as pressões e tentações da sociedade de que fazem parte.

Lembro- me, como se fosse hoje, do incêndio ocorrido no Edifício Andraus, no centro da cidade de São Paulo em 1972, tinha 17 anos. Dezesseis pessoas morreram ao atirarem-se das janelas em pânico, e mais de 320 pessoas feridas, provocaram a comoção que tomou conta de cada habitante desta cidade por mais de uma semana. De lá para cá, só vi tal comoção de identificação da dor do outro, na morte de Airton Sena... e não mais, mesmo diante dos muitos tsunamis e tragédias que têm ocorrido com uma freqüência fora do comum. No decorrer desses anos aumentou-se as informações de aflições expostas, promovendo a banalização de imagens na mídia, na internet, em jogos interativos e filmes de pessoas feridas em aflição, até mesmo mortas. Infelizmente, a sociedade, de modo geral tem sido levada à cauterizar seus sentimentos mais profundos de amor, de misericórdia, frente a anos e anos de exposição da dor alheia, o que levou a um individualismo, onde a dor só acontece se chegar em sua casa, num comportamento alienado, como se aquela situação jamais nos atingisse. Porém esse mesmo ambiente introjetado de tolerância junto ao banditismo, como forma de sobrevivência no convívio diário entre o mau e o bem no Rio de Janeiro, têm afetado toda sociedade que assiste a tudo como se natural fosse, mas porém numa situação dessa... O QUE FARIA JESUS ?

Não fosse a ação da Prof. Abigail A.S. Daneluz , com seu olhar crítico e responsável ao ministrar suas aulas de Culto e Liturgia, à mim e meus colegas do 7ª semestre de Teologia da Faculdade Batista de São Paulo, alertando-nos desse conformismo “morno” frente a acontecimentos como este, onde geralmente atuamos como cristãos só na base da oração e o amém, enquanto oramos nos lares e nossas igrejas, por motivos alheios... e geralmente na sequência viramos as costas e retornamos ao “nosso mundinho” preocupados com o que Deus fará por nós. Talvez eu também seria agora, mais uma na mesma atitude. Neste mesmo contexto, quanto a Igreja de Cristo tem também sua importante quota de responsabilidade na situação que hoje?

Jesus colocou-se no lugar da dor e aflição do próprio homem, ou seja, de cada homem dando sua própria vida.

Saiba mulher virtuosa, que sua vida é testemunho de grande influência no comportamento dos “seus” e deixará marcas nos outros ao seu redor. Portanto além de orarmos individualmente, como Jesus também orava, o que você fará, a exemplo dEle, em ação ? Lance a sua semente e certamente produzirá frutos! Tome uma atitude e faça a diferença!

Eclesiastes 11.1 “Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás”

Um comentário:

  1. Parabens pelos belos textos que sempre escreve.Deus te abençoe e te guarde.
    Adilson Batista

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